Os cobradores de ônibus de Teresina iniciaram oficialmente nesta segunda-feira (12), uma greve por tempo indeterminado motivada pelas tentativas frustradas de negociação com o poder público e o setor empresarial. Diante da situação, o prefeito de Teresina, Sílvio Mendes, que a prefeitura não tem condições financeiras para aumentar o subsídio para o transporte público, devido ao senário de crise atual.
"Dinheiro da prefeitura não vai, não tem dinheiro pra colocar lá. A gente já coloca aproximadamente R$ 6 milhões de reais, são quase R$ 200 mil reais todo dia e a prefeitura não tem o que fazer. O dinheiro está muito escasso, nós estamos em uma crise muito grande como nunca teve", informou o prefeito.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Rodoviário do Estado do Piauí (Sintetro), os trabalhadores reivindicam o reajuste salarial que não ocorre há três anos, além de melhorias no ticket-alimentação e no auxílio-saúde. Na última sexta-feira (09), já havia sido realizada uma paralisação em horários pontuais que afetaram parte da parte da população usuária do transporte coletivo.
Crise financeira
Atualmente Teresina vive uma situação denominada por Sílvio Mendes como "colapso financeiro". No último dia 07 de maio, foi revelado pelo prefeito uma dívida nas contas públicas da capital em cerca de R$ 3 bilhões, valor representa quase metade do orçamento total do município, que é de R$ 6,4 bilhões.
Setut
O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut) entrou com uma medida na Justiça do Trabalho para garantir o funcionamento de 100% da frota nos horários de pico (das 6h às 9h e das 17h às 20h, de segunda a sexta; das 6h às 9h e das 12h às 15h aos sábados), além de e 89% nos demais horários.
A decisão foi atendida de maneira parcial, a desembargadora Liana Ferraz de Carvalho determinou, em decisão liminar, que 80% da frota funcione nos horários de pico, enquanto 40% deve atuar nos demais períodos. O não cumprimento da ação pode gerar uma multa diária de R$ 50 mil.