Operação Prodígio: entenda como organização criminosa funcionava

Acusados criaram empresas fantasmas para gerar o dinheiro proveniente do crime.

Durante coletiva de imprensa, o delegado Anchieta Nery, falou sobre a Operação Prodígio, deflagrada pela Superintendência de Operações Integradas (SOI), em conjunto com as Diretorias de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública e a Polícia Civil do Piauí, na manhã desta terça-feira (05).

De acordo com o delegado Anchieta Nery, os acusados criaram empresas fantasmas para gerar o dinheiro proveniente do crime. E além disso, tinha os chamados clientes, que faziam cadastros no banco, com dados adulterados, para poder conseguir altas linhas de crédito. Ainda segundo o delegado, o empresário Ilgner Bueno e seu pai, Raimundo Isaías, eram os responsáveis pela criação das empresas.

 

Operação Prodígio é deflagrada no Piauí - Foto: Eduardo Amorim/Lupa1

 “A organização criminosa montava uma verdadeira fraude, sabia tudo que precisava inserir de informação falsa no aplicativo do banco para enganar o motor de crédito, que é o algoritmo que vai tabular o quanto de crédito eu vou fornecer para aquele cliente. Então eles sabiam que algumas profissões poderiam importar em um score maior, como médico, engenheiro e atleta profissional. O Piauí nunca teve tanto jogador profissional quanto nessa investigação, nosso futebol descolou, se os fatos nessa investigação fossem verdade”, afirmou o delegado Anchieta.

Ainda segundo o delegado Anchieta Nery, um gerente do banco chegou a questionar a profissão de uma das suspeitas, de apenas de 19 anos, que alegava ser médica obstetra.

"Um gerente chegou a abordar uma moça que alegou ser médica obstrutiva com 19 anos. Ela relatou que estava a um ano sem trabalhar,  mas trabalhou um ano na maternidade. Contando mais três anos de residência o gerente  questionou se a mulher havia se formado com 10 anos e ela disse: 'me formei muito jovem'", conclui.

De acordo com o delegado Matheus Zanatta, foram cumpridos mandados de busca e apreensão, onde foram apreendidos vários carros de luxo, e transportes aquáticos.

“Foram apreendidos vários carros de luxo, dentre eles: T-cross, Compa, BMW. Foi também apreendido uma grande quantia, uma moto náutica e uma grande quantia em dinheiro. Todos os indivíduos que foram presos, no momento do interrogatório, confessaram a prática criminosa”, pontuou o delegado.

 

Veículos apreendidos - Foto: Divulgação/ Ascom

Anchieta Nery ainda destacou o motivo do nome escolhido para operação, segundo ele, o nome “Prodígio”, foi utilizado em alusão aos jovens de 18, 19 anos, que se passavam por médicos, engenheiros e jogadores de futebol profissionais.

“Então a gente teve mulheres de 19 anos se apresentando como médica obstetra, de maneira virtual. Jovem de 18 anos se apresentando como engenheiro formado, daí o nome dessa operação: Prodígio”, explica o delegado.

 

Operação Prodígio- Foto: Reprodução/SSP-PI

VEJA TODOS OS PRESOS NA OPERAÇÃO:

ENTENDA A OPERAÇÃO:

A Polícia Civil do Piauí deflagrou na manhã desta terça-feira (5) a “Operação Prodígio”, contra um esquema de fraude financeira que gerou prejuízo de R$19 milhões a um banco. A ação cumpriu 25 mandados de busca e apreensão e 30 mandados de prisão temporária em Teresina, Floriano, Amarante e Nazaré do Piauí.
De acordo com a investigação, dos R$19 milhões de prejuízo, R$6 milhões são relacionados a fraudes praticadas em contas bancárias de agências localizadas no Piauí.

 

Polícia Civil deflara operação contra fraudes financeiras- Foto: Reprodução/SSP-PI

Segundo a polícia, a fraude consistia em cooptar pessoas para abrir contas bancárias com dados falsos (como profissão, renda etc.) que levassem o banco a aumentar o limite de crédito desse cliente. Uma vez aberta a conta, a associação criminosa simulava uma série de transações bancárias para “esquentar” a conta, de forma que o banco entendesse que aquela renda declarada era legítima.