Ministério Público e polícia estão de olho nas “associações” de proteção veicular, em todo Brasil

Segundo as primeiras investigações, entre outras crimes, associações de proteção veicular estariam negociando resgate de veículos com ladrões.

O Ministério Público e a Polícia Civil do Rio de Janeiro investigam um esquema para recuperar carros roubados. Segundo as investigações, para não ter que pagar o seguro ao dono do carro, associações de proteção veicular estariam negociando o resgate do veículo com os próprios ladrões.

A Polícia Civil afirmou que já tem um inquérito aberto para apurar o suposto pagamento dos resgates feitos por algumas associações de proteção veicular e investiga uma possível participação de agentes públicos no esquema.

"São pessoas que têm uma interlocução com a própria pessoa jurídica e o tráfico de drogas.

Há esse contato que cobram valor específico para recuperar. Ela paga um percentual que vai para a organização criminosa, outra parte para o assaltante e isso tudo fomenta essa cadeia de crime" , afirma o delegado André

Neves, diretor do Departamento Geral de Polícia Especializada.

A polícia ainda diz que está identificando todas as empresas envolvidas nessa organização criminosa, não somente no Rio, mas em outros estados do Brasil, em parceria com as policiais estaduais. 

"Eu posso garantir para a população que a polícia civil está em cima disso. Há pessoas jurídicas obviamente mais envolvidas nessa organização e em breve a resposta será dada", conta o delegado.

Você sabe o que é Proteção veicular? 

 

Ilustração Proteção Veicular

A proteção veicular funciona como uma espécie de cooperativa, que se apresenta com o argumento de ser sem fins lucrativos, e que oferece preços mais acessíveis. Por não serem consideradas seguradoras, essas associações não eram regulamentadas pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), órgão do Governo Federal.

A situação agora mudou 

Em janeiro desse ano, uma lei complementar entrou em vigor e agora as associações passam a ter uma série de regras e a serem fiscalizadas pela Susep. 

A nova lei, no entanto, estabeleceu um prazo de 180 dias para que as associações se regularizem. O prazo termina em julho deste ano. Até lá segue essa zona cinzenta e enquanto isso, os criminosos aproveitam.

“Essas associações elas pegaram um nicho do mercado, principalmente na Região Metropolitana do Rio, nas áreas mais violentas. Seguradoras, que eram fiscalizados pelas Susep, deixaram de ter interesse econômico de atuar então elas pegaram esse nicho do mercado”, afirmou Bruno Gangoni, promotor de justiça.

O fato dessas cooperativas estarem sob investigação tem sido motivo para que clientes que buscavam uma forma mais barata de proteger seus veículos, estejam abandonando essa modalidade, buscando fazer um seguro verdadeiro, por mais caro que seja, porém mais seguro e longe dessa ambiente inseguro e cinzento.

Com informações do G1

ASSUNTOS RELACIONADOS

Veja reportagem FENACOR em 2019:


 https://www.fenacor.org.br/noticias/milicias-sao-aliadas-de-associacoes-de-protec

Veja também no JUSBRASIL: 


https://www.jusbrasil.com.br/artigos/a-atuacao-irregular-das-associacoes-de-protecao-veicular/2319369061#:~:text=A%20atuação%20irregular%20das%20associações%20de%20proteção,restrito%20e%20de%20ajuda%20mútua!%20*%20Referências.


No Metrópoles:


https://www.metropoles.com/colunas/mirelle-pinheiro/pf-grupo-fazia-promocao-de-seguro-de-veiculos-e-nao-dava-assistencia