Uma indígena de 12 anos morreu após ser sequestrada e sofrer violência sexual por parte de garimpeiros que invadiram na comunidade Aracaçá, na Terra Indígena (TI) Yanomami, em Roraima.
A denúncia foi divulgada nesta segunda-feira (25) pelo presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye'kwana (Condisi-YY), Júnior Hekurari Yanomami.
“Os garimpeiros violentaram e estupraram ela. Ocasionou o óbito. O corpo da adolescente está na comunidade”, afirmou a liderança no vídeo publicado em uma rede social.
Segundo Hekurari, a ação dos invasores também resultou no desaparecimento de outra menina, que teria caído do barco em que estava junto com garimpeiros.
“A criança está desaparecida dentro do rio. Comunico as autoridades, Ministério Público Federal”, declarou o presidente do Condisi.
“Amanhã também irei na comunidade buscar o corpo da adolescente que os garimpeiros ocasionaram o óbito por violência. Estou muito triste que está acontecendo isso com meu povo”, lamentou a liderança.
Confira a denúncia
Lideranças responsabilizam Bolsonaro
Para os Yanomami, a invasão garimpeira é fruto, principalmente, das escolhas de Jair Bolsonaro (PL). Segundo o relatório “Yanomami Sob Ataque”, divulgado neste mês pela Hutukara Associação Yanomami, a “política do atual governo” é de “incentivo e apoio à atividade, apesar do seu caráter ilegal, produzindo assim a expectativa de regularização da prática”.
“Nós, lideranças, não queremos seus garimpeiros! Nossos animais de caça já acabaram! As crianças já estão sofrendo com doenças de pele e diarreias! Nossos filhos já estão doentes! Bolsonaro, busque seus filhos garimpeiros e os leve de volta!”, diz uma liderança indígena, em trecho da fala destacado no documento.