Catadores realizam protesto no aterro sanitário de Teresina contra decisão da Prefeitura

Segundo os manifestantes, a Prefeitura de Teresina estaria impedindo o acesso ao lixão após uma nova licitação.

A manhã desta sexta-feira (04) foi marcada por um protesto de catadores em frente ao aterro sanitário de Teresina. Dezenas de trabalhadores se reuniram no local para reivindicar o direito de continuar atuando na coleta de recicláveis, atividade da qual tiram seu sustento diário. 

Catadores realizam protesto no aterro sanitário de Teresina contra decisão da Prefeitura - Foto: Thawan Melo/ TV Lupa1

Segundo eles, a Prefeitura de Teresina estaria impedindo o acesso ao lixão após uma nova licitação que entregou a operação do local a uma nova empresa.

A equipe da TV Lupa1 acompanhou o protesto com exclusividade e ouviu catadores que relataram o impacto direto da medida sobre suas vidas. Um dos representantes do grupo, Anderson, explicou que a decisão da Prefeitura pode inviabilizar completamente o trabalho dos cerca de 190 catadores que atuam no local.

Catadores realizam protesto no aterro sanitário de Teresina contra decisão da Prefeitura - Foto: Thawan Melo/ TV Lupa1

“O que chegou até nós foi que, com essa nova empresa, os caminhões de lixo domiciliar não vão mais entrar aqui. Só vai vir mato, capina de rua. E como a gente vai tirar material reciclável disso? Isso aqui é nosso sustento, é daqui que a gente tira o alimento das nossas casas”, afirmou.

Além da dificuldade de acesso, os manifestantes denunciam que a Prefeitura pretende encerrar definitivamente as atividades no lixão, sem diálogo com os trabalhadores. Eles também contestam informações divulgadas por alguns veículos de imprensa de que todos os catadores receberiam Bolsa Família ou estariam ameaçando os seguranças para entrar no local.

“Isso não é verdade. Nem todo mundo aqui tem Bolsa Família. E ninguém aqui é bandido. A gente vem é trabalhar, catar material reciclável, não é para roubar. Querem fechar o lixão sem dar nenhuma alternativa para nós. Nenhuma conversa, nenhuma explicação”, disse Anderson.

Durante o protesto, os catadores bloquearam o acesso ao lixão, obrigando caminhões que chegavam ao local a descarregar o lixo na entrada. O objetivo da manifestação, segundo os participantes, é chamar atenção do poder público para a urgência de um diálogo e garantir a continuidade do trabalho de centenas de pessoas que vivem exclusivamente da reciclagem.

Outro catador, que preferiu não se identificar, fez um apelo emocionado à Prefeitura:

“Sou pai de sete filhos. Se eu não catar uma latinha, eu não como. Não quero traficar, não quero roubar, eu quero trabalhar. Hoje eu tiro até R$ 120 por dia catando plástico, latinha. Se fechar, o que a gente vai fazer?”

Assista a reportagem completa: