O Mounjaro, medicamento da empresa norte-americana Eli Lilly para o tratamento de diabetes tipo 2 associado à perda de peso, chegará às farmácias brasileiras no dia 7 de junho com um preço na faixa de R$ 1.700, segundo disse uma fonte com conhecimento da decisão à editoria da Bloomberg Línea.
O laboratório americano diz que ainda não há uma definição final do valor do medicamento no varejo farmacêutico.
Em entrevista à Bloomberg Línea no fim do mês passado, o diretor médico sênior da Eli Lilly no Brasil, Luiz André Magno, já havia descartado a adoção do teto de preço definido pela CMED (Câmara de Regulamentação do Mercado de
Medicamentos), que passou por reajuste no dia 31 de março.
Esse órgão definiu que a caixa do Mounjaro poderá variar de de R$ 1.523,06 a R$ 4.067,81, sem incluir o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços) de cada estado.
Chamado de "Ozempic dos ricos" pelo preço mais elevado, o Mounjaro começará a chegar às farmácias brasileiras no início de junho, um ano e meio depois da aprovação do medicamento do laboratório Eli Lilly para diabetes tipo 2 pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
A "demora para a venda no varejo refletiu o desafio da companhia norte-americana de garantir o fornecimento diante de uma crescente demanda global pelas "canetinhas", em movimento iniciado pelo Ozempic, da dinamarquesa Novo Nordisk.
O lançamento oficial do Mounjaro no país, cuja data foi marcada para o próximo dia 7 de junho, terá a apresentação formal do produto para a comunidade médica, principalmente endocrinologistas e cardiologistas.
Nessa data, as principais redes do varejo farmacêutico do país devem já contar com o medicamento disponível para a venda aos pacientes, segundo um porta-voz do laboratório no país.
Inicialmente, a bula do Mounjaro no Brasil traz a indicação somente para pacientes com diabetes tipo 2. Nos Estados Unidos, por outro lado, o medicamento já obteve aprovação do FDA (Food and Drug Administration) para ser prescrito para tratamento de obesidade.
"A indicação para obesidade já foi submetida no Brasil e está sob análise da Anvisa. Em outros países, essa indicação adicional já foi aprovada. O tempo de aprovação depende da autoridade regulatória", disse Luiz André Magno, Diretor Médico Sênior da Eli Lilly do Brasil, em entrevista à Bloomberg Línea.
Estudos conduzidos pelo laboratório também demonstram a indicação do Mounjaro para apneia obstrutiva do sono em obesos ou pessoas com sobrepeso, segundo Magno.
Esse distúrbio se caracteriza por uma pausa respiratória durante o sono devido à obstrução das vias aéreas, o que leva à interrupção do descanso e à fadiga diurna.
No mundo, o Mounjaro se tornou um medicamento best seller com vendas equivalentes a US$ 11,54 bilhões em 2024, com um crescimento de 124% na comparação com o ano anterior.
A estratégia de redução de preços ajudou ampliar as vendas em volume, segundo resultado anual apresentado ao mercado no começo de fevereiro.
Na ocasião, ao apresentar o guidance (projeção) para o ano de 2025 de expansão das receitas globais em 32% - no ponto médio da faixa indicativa -, o laboratório farmacêutico mencionou entre os fatores o começo das vendas em novos mercados e a ampliação das indicações médicas.Uma eventual troca do Ozempic pelo Mounjaro será uma decisão dos médicos dos pacientes, segundo Magno.O executivo citou estudos clínicos realizados pelo laboratório que demonstram a eficácia do Mounjaro (dose de 15 mg) no controle de glicemia e para a perda de peso, com mais potência na comparação com a dose máxima do Ozempic (1 mg).