Estamos em 2022. Já se passou mais de um ano desde que os gestores municipais eleitos em 2020 tomaram posse em seus cargos. Ao longo do primeiro ano, é comum os prefeitos de primeiro mandato recorrerem ao velho e batido discurso de que estão “arrumando a casa”, mesmo depois de fazerem campanha prometendo mudanças já a partir de janeiro. O discurso do sucateamento e dos rombos nas prefeituras também costuma ser usado para justificar a inércia e a falta de resultados no começo das gestões.
No primeiro ano de mandato é sempre mais fácil de encontrar desculpas, de alegar dificuldades, de culpar antecessores e de não cumprir o que prometeu. Porém, já estamos em 2022. De agora em diante não cola mais nenhuma desculpa. Os que estão há mais de um ano no poder não podem mais transferir a responsabilidade pelos problemas dos seus municípios. A população elege gestores públicos para resolver problemas, para viabilizar soluções, para encarar desafios, para trabalhar sem reclamar.
Quando um político se candidata a um cargo eletivo, ele precisa estar ciente de que não está pleiteando o governo do paraíso, mas sim de um município, estado ou de um país. Se não quiser encontrar problemas, que não seja sequer candidato. Gestor público é eleito para resolver pepinos, para encontrar saídas e melhorar a vida das pessoas. No ano de 2022 não há mais como tentar atribuir dificuldades àqueles prefeitos e prefeitas que saíram do poder em 2020.
Dos 5.570 municípios brasileiros, em quase 4 mil os atuais gestores foram eleitos para o primeiro mandato nas eleições 2020. As populações de todas essas cidades, das menores e mais longínquas até as capitais, querem resultados. Os atuais gestores já superaram a marca de 25% do tempo dos seus mandatos. É 1/4 da administração concluído.
Vivemos uma época em que as cobranças aos homens públicos são cada vez maiores e a única resposta aceitável é o trabalho e a inteligência para resolver problemas. No ano 2022 do século XXI, a população não aceita mais falácias e frases de efeito que, na prática, não têm efeito positivo nenhum. A política é para quem tem coragem e, nesse caso, ter coragem é enfrentar problemas, se responsabilizar por eles e buscar as soluções.
Com mais de um ano de gestão, os novos prefeitos não podem mais governar olhando pelo retrovisor e muito menos tentar fugir das responsabilidades para as quais o povo os elegeu. Terceirizar problemas e culpar antecessores, a essa altura do campeonato, é reconhecer a própria inabilidade para cumprir a missão pública que o povo lhes conferiu.