Em depoimento exclusivo à TV Lupa1, o avô das irmãs Francinete Pereira da Silva Neta, de 24 anos, e Jocinéia Dias da Silva, de 23 anos, conta que a família sempre as aconselhou para não se envolver com facções criminosas. O avô ainda solicitou que a identidade não fosse revelada por medo de se tornar alvo dos criminosos que executaram as netas.
Na manhã deste sábado (16), os corpos das irmãs foram encontrados enterrados em uma cova rasa no residencial Edgar Gayoso, região da Grande Santa Maria da Codipi, zona Norte de Teresina.
"Não foi falta de conselho. Não tinha necessidade isso daí [envolvimento com facções] porque nós temos [condições] para fazer alguma coisa por elas para não fazer o que é ruim. Mas aí foi o que quis e olha aí o que aconteceu. Agora a gente vai pegar e vai levar e lá vamos fazer o velório", relatou o avô.
As duas jovens estavam há 48 horas desaparecidas após terem sido sequestradas por membros de uma facção criminosa que atua em Teresina. Francinete e Jocinéia estavam acompanhados dos filhos, uma menina de 4 anos e um menino de 6 anos.
Após o sequestro das mães, a menina foi abandonada em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) na região da Grande Santa Maria da Codipi e o menino foi deixado na casa de uma familiar. Em conversa exclusiva com a TV Lupa1, o avô contou que os familiares sempre ajudavam as netas.
"A gente ajudava. O pai, a avó por parte de pai e a gente pelejava [para ajudar] mas não ia se envolver com eles lá para não dá represália", contou o avô.
Motivação
Francinete e Jocinéia teriam sido sequestradas, torturadas e, por fim, executadas após terem se envolvido com integrantes de uma facção rival à de seus companheiros que estão presos. A suspeita é que as vítimas tenham passado por uma sessão do Tribunal do Crime.
Menina de 4 anos presenciou execução
A menina de 4 anos abandonada em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) relatou que a mãe teria sido espancada, baleada e ainda teve o cabelo raspado.
O Corpo de Bombeiros Militar do Piauí e o Instituto de Medicina Legal (IML) foram acionados para fazer o resgate dos corpos. O Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) vai investigar o caso.