Presa por morte de irmãs em Teresina diz que crime foi motivado por briga de facções

Em entrevista à TV Lupa1, o Delegado Jorge Terceiro contou detalhes do depoimento de Mikaelly Rodrigues, presa nesta quinta-feira.

O delegado Jorge Terceiro, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), apresentou detalhes do depoimento de Mikaely Rodrigues da Silva, presa nesta quinta-feira (12), por pertencer ao Tribunal do Crime responsável pelo assassinato das irmãs Joicinéia Dias e Francinete Pereira da Silva Neta.

 

Irmãs mortos por facção - Foto: Reprodução

Em entrevista à TV Lupa1, o delegado contou que Mikaely negou que tenham praticado qualquer tipo de de agressão contra as vítimas, mas confessou que estava no momento do interrogatório feito por outros faccionados.

“Ela confirma que estava na residência dela no dia em que as moças foram sequestradas, e que teria sido chamada por terceiros para ir até um determinado local. Chegando lá já estavam as duas moças, em uma espécie de cativeiro, em que os indivíduos questionam a todo momento o que elas faziam ali. Já sabiam que elas faziam parte de uma facção rival”, disse o delegado.

Segundo o delegado, a suspeita ainda delatou o nome dos outros envolvidos e disse que crime teria sido motivado por “briga de facções”.

 

Delegado Jorge Terceiro- Foto: Lupa1

“Ela declinou o nome de algumas pessoas que se encontravam lá. Essas pessoas já são objetos de investigações, algumas delas já possui mandados em aberto para cumprimento. A Polícia Civil, Polícia Militar, todas estão cientes da situação e a qualquer momento todos os indivíduos serão presos”, afirmou. 

“Juíza” de facção 

Em entrevista ao Alerta, da TV Lupa1, o tenente-coronel Alves, do Batalhão Especial de Policiamento do Interior (BEPI), contou que Maria Mikaely atuava como “juíza” e “disciplinadora”, principalmente de mulheres, da facção envolvida na tortura e assassinato das irmãs Joicinéia e Francinete.

“No dia do crime recebemos informações da participação direta dela {Mikaely} no espancamento, na parte da disciplina, ou seja, através do espancamento dessas jovens que foram mortas”, contou o tenente do BEPI. 

Menina de 4 anos presenciou execução

A menina de 4 anos, filha de uma das mulheres, foi abandonada em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e relatou que a mãe teria sido espancada, baleada e ainda teve o cabelo raspado.

Francinete e Jocinéia teriam sido sequestradas, torturadas e, por fim, executadas após terem se envolvido com integrantes de uma facção rival à de seus companheiros que estão presos. 

O caso

Os dois corpos encontrados na manhã do dia 16 em uma cova rasa no residencial Edgar Gayoso, região da Santa Maria da Codipi, zona Norte de Teresina, são das irmãs Francinete Pereira da Silva Neta, de 24 anos, e Jocinéia Dias da Silva, de 23 anos.

As duas jovens estavam há 48 horas desaparecidas após terem sido sequestradas por membros de uma facção criminosa que atuam na capital. 

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