Em entrevista à imprensa na manhã desta segunda-feira (18), o coordenador do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Francisco Costa, o Baretta, deu detalhes sobre a tortura e duplo homicídio de duas irmãs no último final de semana em Teresina.
Segundo Baretta, as investigações sobre o duplo homicídio das irmãs Francinete Pereira da Silva Neta, de 24 anos, e Jocinéia Dias da Silva, de 23 anos, já estão bem avançadas.
Delegado Francisco Costa, o Baretta - Foto: Lupa1
“Já estamos com a investigação bem avançada, já estamos inclusive o delegado Vilela, adotando providências no sentido de representar por medida cautelar junto ao poder judiciário”, relatou o delegado.
Jovens se relacionam com integrantes de facção rival
Ainda durante a entrevista, o delegado confirmou a relação das jovens com faccionados do Primeiro Comando da Capital (PCC). As investigações também confirmam que as irmãs teriam se relacionado com integrantes do Bonde dos 40, facção rival ao PCC.
“A informação de que os companheiros delas estão presos, são ligados a uma facção criminosa, o PCC e elas atualmente estavam tendo relacionamento com o pessoal do Bonde dos 40, mas isso tudo ta sendo levado para o inquérito policial”, confirmou o delegado.
Mulher, ainda desconhecida, também participou da tortura e execução das jovens
Uma mulher, ainda não identificada, também teria participado do crime de forma ativa. Segundo as investigações, essa mulher teria cortado o cabelo de uma das vítimas, além de ter verificado os atos de tortura.
“Uma mulher, segundo consta, foi quem cortou o cabelo e quem também verificou os atos de tortura, porque, os corpos estavam enterrados, o homicídio a gente não tem dúvida, a violência, agora nós estamos trabalhando, inclusive conversei com o Dr. Nune e com o legista de plantão para que ele possa definir que além da natureza jurídica do homicídio, a gente possa também, não só dar a qualificadora de tortura, mas trazer a tortura como um crime autônomo para que eles peguem uma outra punição pelo crime de tortura, mas isso tem que ser definido no laudo cadavérico”, ressaltou o delegado.
“Tribunal do Crime”
Ao ser questionado sobre o “tribunal do crime”, o delegado Baretta negou tal organização e enfatizou que, por ele, “bandido ia pra masmorra”.
Delegado Francisco Costa, o Baretta - Foto: Lupa1
“Eu só conheço um tribunal, tribunal de Justiça, tribunal do crime é de bandido e bandido não tem tribunal. Tribunal de bandido é cadeia e pra mim não ia nem para a cadeia, ia pra masmorra, local de bandido é na masmorra, quem quiser eufemizar, eufemiza, mas pra mim bandidos que matam duas pessoas da forma como essas moças foram mortas, na frente de uma criança não merece paixão, não merece compaixão, merece é cadeia, e uma cadeia para o resto da vida”, finalizou o delegado.
Confira a entrevista completa: