PF indicia desembargadores, juízes e advogados por venda de sentenças

Grupo foi indiciado por crimes de corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

A Polícia Federal (PF) concluiu a investigação da Operação 18 Minutos, que desvendou um esquema de venda de sentenças dentro do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA). O inquérito final, com 174 páginas, foi encaminhado em 06 de fevereiro ao Superior Tribunal de Justiça (STJ),  resultando no indiciamento de 23 pessoas, entre elas 3 desembargadores, 2 juízes, 7 advogados e diversos servidores da Corte.

 

Tribunal de Justiça do Maranhão Foto: Divulgação/CNJ

O grupo foi indiciado por crimes de corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Além disso, a fraude envolveu a liberação de quase R$ 18 milhões do Banco do Nordeste por meio de alvarás judiciais.

A PF identificou a existência de uma rede criminosa estruturada  em três núcleos: o núcleo judicial, formado por magistrados e auxiliares, que facilitavam as fraudes, o núcleo causídico, composto por advogados que atuavam em parceria com juízes para obter sentenças favoráveis e o núcleo operacional, responsável por ocultar o dinheiro obtido de maneira ilegal.

O relatório do caso descreve que a atuação desses grupos seguiu um modelo organizado e meticuloso que atuava de maneira estruturada e com uma clara divisão de atividades entre eles.

"A presente investigação identificou a existência de uma organização criminosa formada pelos núcleos judicial, causídico e operacional, em que magistrados, advogados e terceiros atuavam de forma estruturalmente ordenada, com clara divisão de tarefas, com o objetivo de obter vantagens de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais, dentre as quais, corrupção e lavagem de dinheiro."

Confira a lista completa de indiciados: