Era só mais uma tarde do dia 8 de janeiro, um domingo, quando as instalações do Palácio do Planalto e Congresso Nacional, em Brasília, foram invadidas e depredadas em uma tentativa de golpe. De forma organizada, um grupo rompeu o cordão de isolamento feito pelos policiais militares e se dirigiu até o Congresso Nacional, enquanto a outra parte foi até a sede do STF.
Durante a invasão, diversos itens importantes para a história do Brasil foram parcialmente ou completamente destruídos, entre eles: a obra “Mulatas”, de Di Cavalcanti - principal peça do Salão Nobre do Palácio do Planalto (encontrada com sete rasgos, de diferentes tamanhos), a obra “O Flautista”, de Bruno Jorge - a escultura de bronze foi encontrada completamente destruída, com pedaços espalhados pelo salão, e a galeria dos ex-presidentes - totalmente destruída, com todas as fotografias retiradas da parede e jogadas no chão.
De acordo com relatório do Supremo, um ano após a tentativa de golpe, o prejuízo causado pela depredação chega a R$ 12 milhões. Foi constatado que 951 itens foram furtados, quebrados ou destruídos.
O prejuízo total será cobrado dos golpistas que são investigados pela depredação.
O que teria motivado a tentativa de golpe
Antes dos atos golpistas, o espaço estava sendo ocupado por eleitores de extrema direita e apoiadores do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro. Eles tinham montado um acampamento em protesto contra a vitória do atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Lula estava viajando quando as instalações foram invadidas.
Fruto de uma mistura entre redes sociais, desinformação, polarização política e fortalecimento do conservadorismo, o acampamento ganhou força, o que teria motivado a invasão.
Quantos presos
Dados levantados pelo gabinete do ministro Alexandre de Moraes, relator das investigações, apontam que dos mais de dois mil detidos, 66 investigados continuam presos. Dos 66 presos, oito foram condenados pelo STF. As penas definidas variam de 10 a 17 anos de prisão em regime inicial fechado.
Os outros investigados foram soltos e tiveram suas penas convertidas em medidas cautelares, como por exemplo o uso de tornozeleira eletrônica.
Cerca de 89% dos brasileiros desaprovam os atos de 8 de janeiro
Segundo a pesquisa Genial\Quaest, 89% dos brasileiros reprovam a tentativa de golpe praticada no dia 8 de janeiro. Esses números incluem apoiadores de diversos partidos, incluindo os de direita.
Cerca de 6% dizem aprovar o ataque às sedes dos Três Poderes. E 4% não souberam ou preferiram não responder.
Ato em defesa da democracia
Um ano após o ocorrido, acontece nesta segunda-feira (08), às 15h, um ato em defesa da democracia. O ato vai contar com a presença do presidente Lula, do presidente do STF, Luís Roberto Barroso, e do presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco.