Em seu primeiro discurso como presidente dos Estados Unidos, realizado nesta segunda-feira (20), Donald Trump fez uma série de promessas que geraram debates, incluindo a extinção de programas de diversidade e a alteração das políticas federais sobre gênero. O republicano voltou a reforçar sua posição de que os Estados Unidos devem adotar uma visão binária de gênero, baseada no sexo biológico.
Durante sua fala, Trump anunciou a decisão de pôr fim à política governamental de tentar incorporar raça e gênero em todos os aspectos da vida pública e privada. "Vamos forjar uma sociedade que não enxergará duas cores e será baseada no mérito. Será política oficial dos EUA que existam apenas dois gêneros, masculino e feminino", disse o presidente, destacando sua intenção de modificar profundamente a maneira como as questões de identidade de gênero são tratadas no país.
A administração Trump também está preparando a divulgação de uma ordem executiva que redefiniria o conceito de "gênero aceito" nos Estados Unidos. De acordo com informações do site POLITICO, a Casa Branca orientará o Departamento de Estado, o Departamento de Segurança Interna e outras agências a removerem as opções “não-binário” ou “outras” de documentos federais, como passaportes e vistos.
Este movimento está alinhado com promessas feitas por Trump durante a campanha e no último mês de 2024, quando, em sua participação no AmericaFest, uma conferência para jovens conservadores, afirmou que iria "deter a loucura transgênero" e "manter os homens fora dos esportes femininos". Essas declarações refletem sua postura firme contra políticas que reconhecem mais de dois gêneros e buscam garantir a inclusão de pessoas trans em diferentes esferas da sociedade.
As falas do presidente, no entanto, geraram fortes críticas de entidades defensoras dos direitos das pessoas trans. O grupo Advocates for Trans Equality se manifestou nas redes sociais, lamentando o impacto das políticas anunciadas. "Hoje é um dia difícil para a nossa comunidade. O novo governo atacou a vida de pessoas trans, a saúde e a dignidade [...] Nos próximos meses, dar apoio e suporte para cada uma [das pessoas trans] será mais importante do que nunca", publicou a organização, destacando a preocupação com o retrocesso nos direitos da comunidade trans.