Depois de uma polêmica inicial entre os deputados Franzé e Fábio Novo, quando ambos se lançaram como pré-candidatos a prefeito de Teresina, um tempo de paz e harmonia reinou entre os dois, inclusive com falas públicas, onde eles deixaram claro que um acordo estava selado, com aval do diretório municipal do PT. No acordo ficou certo que cada um seguiria com sua estratégia e, ao final, diante dos resultados, se chegaria ao nome a ser oficializado .
Sobre os critérios estabelecidos dentro do partido para escolha do pré-candidato a ter seu nome levado a convenção, só para homologar, o LUPA1 conseguiu descobrir que o acordo era a realização de pesquisas qualitativas e quantitativas; capacidade de articulação política com partidos, lideranças políticas e comunitárias, sindicatos e movimentos sociais.
Com relação às pesquisas, ficou acertado que seriam três institutos diferentes: dois, locais; e um nacional. E a primeira das pesquisas do acordo começou a rodar na última segunda-feira (21).
Tudo ia bem até que nas primeiras horas desta mesma segunda-feira (21) uma pesquisa do Instituto Credibilidade foi divulgada e nela o deputado Fábio Novo aparece em destacada posição diante de Franzé.
Para piorar, Fábio Novo a divulga em suas redes sociais. Não bastasse tudo isso, quase que simultaneamente a divulgação da pesquisa que um portal de notícias desconhecido divulgou matéria afirmando que Franzé teria desistido da disputa com Fábio Novo e, consequentemente, de ser candidato.
A notícia logo se espalhou nas redes. Indignado, em entrevista ao GP1, Franzé disparou:
“ A divulgação de uma pesquisa fora dos institutos acertados no acordo exatamente no dia que teria início as pesquisas que iriam nortear a decisão, foi um fato lamentável. A situação piorou com a fake news amplamente divulgada na mídia e redes sociais, do anúncio da desistência da minha pré-candidatura. Esses fatos contaminam as pesquisas que estavam sendo executadas”.
A REAÇÃO DE FRANZÉ
Logo após toda essa polêmica e a clara quebra de acordo, o presidente do PT municipal, Cicero Magalhães, convocou reunião extraordinária da executiva, tendo como pauta a marcação de data da plenária conforme resolução do diretório nacional e informes sobre andamento da escolha do majoritário. Pegando a todos de surpresa, Magalhães coloca em questão a substituição de 10 membros da Executiva e Diretorio do PT.
Os substituídos seriam membros que já declararam voto em Fábio Novo. E mais: não é novidade pra ninguém que Magalhães apoia Franzé e que, apesar de sua corrente ser majoritária, a contagem dos votos indicava que Fábio Novo tinha votos para vencer a disputa.
Procurado pela imprensa Magalhães disse que as substituições dos membros do Diretório se deram de forma democrática e que ele teria proposto trocar 04 membros, o ex-vereador Paixão, 05 membros e o vereador Dudu do PT fez a própria substituição.
O fato é que, historicamente, é facultado o direito às tendências dentro do PT fazerem mesmo as substituições dos seus membros. A chamada “autonomia das tendências” é uma das características mais valiosas no PT.
O vereador Dudu, que alardeia o fato como sendo uma tentativa de golpe, substituiu três membros na executiva e no diretório, e, como não tinha mais ninguém pra substituir, ele mesmo se substituiu. Portanto, as substituições são normais. Essa fala de Dudu sobre golpe não se sustenta. Tudo isso é o “jogo sendo jogado”.
Dudu acusar o grupo de Franzé de estar dando um golpe e quebrando acordo, citando o caso das substituições, não cola, quando se sabe que o próprio Dudu usa do mesmo expediente quando isso lhe é conveniente.
A rigor, por mais que o grupo de Fábio Novo queira negar, foi o próprio que quebrou o acordo firmado. Divulgar pesquisa na mesma data em que a outra está em campo é um gesto que contamina claramente a coleta em andamento. Fábio Novo sabe disso.
Quanto a fake-news da desistência de Franzé, vamos acreditar que tudo foi uma infeliz coincidência?
É como dizem os mais experientes da política: “esse jogo não é pra amadores”.