Viva os sanfoneiros

Criação do Dia Nacional do Sanfoneiro amplia reconhecimento da cultura nordestina.

Foi sancionada na terça-feira (20) e publicada no Diário Oficial da União (DOU) a lei que institui o Dia Nacional do Sanfoneiro, a ser celebrado anualmente em 26 de maio. A data é uma homenagem ao dia de nascimento do grande mestre Severino Dias de Oliveira, o Sivuca. Se estivesse vivo, o sanfoneiro paraibano completaria 91 anos em 2021. 

Criar o Dia Nacional do Sanfoneiro é reconhecer a importância de artistas (e sua arte) que fazem parte da cultura brasileira, sobretudo no Nordeste, onde a sanfona é um patrimônio. 

Monumento da Sanfona em Dom Inocêncio, no Piauí

No Piauí, uma cidade encravada no semiárido é considerada o maior reduto de sanfoneiros do Brasil. Com 32 anos de emancipação política, Dom Inocêncio tem sanfoneiros aos montes. O município tem quase 10 mil habitantes, sendo a maioria na sua extensa zona rural. 

Não há uma estatística oficial e os números sobre a quantidade de sanfoneiros não são precisos. Os mais exagerados falam que por lá existe um sanfoneiro para cada 10 habitantes, mas a estimativa mais difundida (e claramente a mais segura) é de que há um sanfoneiro para cada 35 habitantes. 

De todo modo, uma coisa é certa: tem sanfoneiro para dar e vender em Dom Inocêncio e por isso a cidade é chamada “terra dos sanfoneiros”. A grande maioria deles não vive da música. São pessoas com afazeres e profissões diversas, mas que sabem tocar um acordeon. Porém, existem muitos que animam festas na região e fazem da sanfona um meio de vida, ou, pelo menos, complemento de renda. 

Em 2019, um monumento foi construído em Dom Inocêncio em alusão à forte tradição da sanfona. Com a criação do Dia Nacional dos Sanfoneiros, a cidade terá mais uma data para festejar. Puxa o fole, sanfoneiro!