Em 9 meses no governo, Rafael Fonteles praticamente não tem oposição na Alepi

Oposicionistas não causam nenhum incômodo ao novo governo e passam ideia de que não querem se indispor com o Palácio de Karnak.

Na política é natural se ouvir que, nos primeiros seis meses, todo novo governo vive "lua de mel" com o parlamento. No Piauí, o governador Rafael Fonteles (PT) segue vivendo esse período nupcial, mesmo já estando no nono mês à frente do Executivo. É verdade que ele tem esmagadora maioria na Assembleia Legislativa, o que lhe garante vida tranquila no parlamento, mas, somado a isso, não encontra resistência daqueles que se dizem oposição, salvo raros momentos de exceção.

Rafael Fonteles (Foto: Andressa Martins/Lupa1)

A oposição elegeu oito deputados estaduais em 2022, o que corresponde a quase um terço da composição do parlamento estadual. Desses, três se licenciaram do mandato, dando espaço a três suplentes, também de partidos de oposição. Porém, o que se nota até aqui é uma bancada oposicionista com atuação extremamente tímida, que praticamente inexiste do ponto de vista prático.

As primeiras pesquisas divulgadas até agora mostram o governador Rafael Fonteles bem avaliado, com índices de aprovação satisfatórios no início do mandato. No entanto, os números não devem servir de desculpa para o acanhamento da bancada oposicionista. A condição de ser oposição em nada tem a ver com aprovação do governo ao qual se opõe. Se um parlamentar é verdadeiramente de oposição, ele será mesmo que o governante tenha 99% de aprovação. 

Governo tem vida tranquila na Alepi (Foto: Lupa1)

Na Alepi, a parlamentar mais crítica do governo de Rafael é Gracinha Mão Santa (Progressistas), seguida, talvez, dos colegas de partido Gustavo Neiva e Aldo Gil (este último está licenciado). 

Marden Menezes, também do Progressistas, vez ou outra faz uma cobrança, mas nada contundente. Thales Coelho, Dogim Félix, Bárbara do Firmino e Gessivaldo Isaías não dizem um pio que incomode o Palácio de Karnak. Os titulares licenciados Wilson Brandão e Jeová Alencar também não esquentam as orelhas do chefe do Executivo.

No dia que tomou posse no cargo de governador, Rafael Fonteles disse, justamente no seu discurso na Assembleia Legislativa do Piauí, que a oposição é extremamente importante para o debate. E cravou: "Governante que não olha para a oposição termina errando mais".

Pelo visto, o governador tem mais consciência da importância da oposição do que a maioria dos que se dizem opositores dele.

| Pré-candidato a prefeito

Rubem e o filho Danilo (Reprodução/Redes Sociais)

O ex-deputado estadual Rubem Martins, irmão do ex-governador Wilson Martins (PT), está em pré-campanha para a prefeitura do município de Wall Ferraz, a 330 km de Teresina. Rubem já governou a cidade e tentará voltar ao cargo. O filho dele, Danilo Martins, também já foi prefeito. Na disputa, o ex-deputado vai enfrentar o atual prefeito Guilherme Maia (PSD), cria política que o grupo do próprio Rubem elegeu em 2020 e que depois deu um canto do carroceria nele.

| Fábricas de pano

Ciro Nogueira (Foto: Fábio Wellington/Lupa1)

Se valendo de ironia para comentar pesquisa do Datafolha que mostrou crescimento na reprovação do presidente Lula (PT), o senador Ciro Nogueira (Progressistas) alfinetou tanto o petista quanto aqueles que que vivem "passando pano" para ele. "Não adiantam as fábricas e fábricas de pano. O tempo passa e o povo vai enxergando Lula 3 como é: a reprovação cresce porque o povo não vive de narrativas. A realidade piora e a rejeição só vai aumentar. Aliás, tic, tac...", escreveu.

| Farra dos comissionados

Plenário do Senado (Foto: Marcos Oliveira/Ag. Senado)

Reportagem publicada nesta segunda-feira (18) pelo Estadão mostra que senadores incham seus gabinetes com dezenas de funcionários comissionados. O campeão é o senador Eduardo Gomes (PL-TO), com 82 pessoas lotadas no gabinete. Rogério Carvalho (PT-SE) e Randolfe Rodrigues (sem partido-AP) têm 77 e 67 cada. É como se empregassem o equivalente a uma empresa média em seus gabinetes. Segundo o Sebrae, uma empresa média no Brasil tem de 50 a 99 funcionários.