O encândalo do INSS continua rendendo debates no mundo político, em Brasília. No Congresso Nacional, as discussões estão sendo marcadas por divergências dos líderes partidários sobre a forma das investigações a respeito das fraudes.
Segundo as denúncias da Polícia Federal, associações teriam descontado indevidamente cerca de R$ 6,3 bilhões de aposentados desde 2019.
Por outro lado, os líderes ligados a base do governo dizem que já há uma investigação em curso, coordenada pela Controladoria Geral da União e, portanto, não haveria a necessidade de um colegiado para isso.
Existem 12 pedidos de CPI na frente desta, mas, de acordo com a oposição, há urgência para que o tema seja investigado.
O Regimento Interno da Câmara dos Deputados estabelece que só podem funcionar cinco CPIs simultaneamente. Para que a comissão seja instalada, é necessário o aval do presidente da Câmara, Hugo Motta.
Como alternativa, deputados e senadores se uniram em prol de uma CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito). Dessa forma, não seria necessaria a autorização nem do presidente da Câmara nem do Senado. O pedido de CPMI ja conta com o apoio de 182 deputados e 29 senadores, mais que o necessário para ser instalada.
Esse é mais um problema que o presidente Lula terá que administrar. Mesmo com o apoio de Hugo Motta e Davi Alcolumbre, que possivelmente não vão autorizar a instalação da CPI, o Congresso tem autonomia para instalar a CPMI e o desgaste será inevitável. E é justamente na busca desse desgaste que parlamentares da direita vão trabalhar incansavelmente, visando as eleições de 2026 e a intensificação da queda da popularidade do líder pestista.