Um outro legado da pandemia
Gestores corruptos se aproveitaram da pandemia para passar a mão no dinheiro público.
Quando passar, a pandemia do novo coronavírus deixará muitos legados. Vai ter o legado da solidariedade, o legado de uma certa estruturação do sistema de saúde, o legado de valorizar o SUS, o legado do contato com a família, o de perceber o quanto é bom poder ir e vir sem medo de uma doença tão perigosa, etc.
Contudo, ficará também um legado obscuro: o da ganância humana, da corrupção. Tudo bem que corrupção é uma mácula que o Brasil já carrega há muito tempo, mas depois dessa pandemia ela será ainda maior.
Enquanto milhares de brasileiros estavam reclusos em suas casas e enquanto outros milhares perderam a vida, gestores corruptos passaram a mão no dinheiro que deveria ser usado no enfrentamento da pandemia.
Ladrões do erário público, no mais alto grau de ganância e banditismo, se aproveitaram da maior crise sanitária das últimas gerações para se locupletar. Muitos não se contentaram com a corrupção que praticavam nos tempos normais e se valeram da dor de um país inteiro para praticar a rapinagem nos recursos do povo.
Nesse contexto, também devem ser incluídos muitas empresas e empresários igualmente corruptos que não tiveram compaixão das pessoas em um momento tão difícil e colocaram o lucro indevido (e muitas vezes ilegal) acima de qualquer coisa.
Gestores públicos, políticos de mau caráter, empresários gananciosos e qualquer um que tenha se valido da pandemia para obter vantagem indevida, serão os protagonistas de um legado negativo da pandemia: o legado da corrupção, agravado pela falta de empatia, de compaixão e de humanidade.