Por que tanto ódio de mim?
O senador alagoano Renan Calheiros (MDB) foi escolhido relator da CPI da Covid-19 no Senado Federal. Quando o nome dele começou a ser cotado para o posto, as reações foram as mais diversas, quase todas, claro, contrárias ao seu nome.
Renan Calheiros / Foto: UOL
Além das críticas vindas da sociedade, houve movimentos do Palácio do Planalto para tentar barrar o senador na relatoria da CPI. Em entrevista ao jornalista Gerson Camarotti, Renan Calheiros desabafou sobre a forte oposição ao seu nome.
"Não sei por que tanto ódio de mim", afirmou. Ora bolas, senador Renan! O ódio, de fato, é condenável e se alguém nutre esse sentimento pelo senhor não podemos concordar. Porém, não é ódio o que uma boa parcela da população sente do senhor.
A população [talvez nem tanto a de Alagoas] tem é rejeição a políticos como vossa excelência, alvo de 17 inquéritos em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF). O último foi aberto já este mês.
Além dos inquéritos, Renan já é réu em ação penal na Suprema Corte. O mesmo Renan renunciou ao cargo de presidente do Senado para escapar da cassação do mandato em 2007 e foi protagonista de muitos escândalos políticos. Em alguns casos acabou absolvido, ressalte-se.
No entanto, o histórico do senador não desperta admiração de muitos cidadãos sensatos. O político alagoano está no quarto mandato de senador, uma marca alcançada por poucos. Se elegeu senador pela primeira vez em 1994 e desde então se reelege sucessivamente para o cargo.
São 27 anos como senador da República, tendo presidido o Senado duas vezes. Renan é o legítimo político de carreira e, para azar de sua biografia, tem muitas máculas em sua trajetória.
Certamente tem qualidades, do contrário não estaria há quase 30 anos no Senado, mas, no fundo, sua fama não é boa. Talvez se Renan parasse para refletir um pouco sobre sua atuação política, é possível que ele mesmo achasse a resposta para o questionamento que fez.
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