E por acaso houve nova política?

05 de junho de 2021 às 10:00

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O ex-deputado federal Eduardo Cunha (MDB-RJ) concedeu entrevista ao site Poder360 e disse que a eleição de 2022 será a volta da velha política. Segundo ele, não há mais espaço para o fenômeno da “antipolítica” que marcou as eleições de 2018 e culminou no alijamento de vários nomes tradicionais da política nacional.

Eduardo Cunha / Foto: Divulgação

A avaliação de Cunha é que será a vez da “velha política” e, com isso, todas aquelas figuras que foram alijadas do processo eleitoral de 2018 estarão de volta. Ele vê em 2022 uma eleição mais semelhante à de 2014, quando ainda não prevalecia o efeito negativo da Lava Jato nos políticos e nem a onda da antipolítica.

Como a Lava Jato foi enterrada a partir de 1º de janeiro de 2019 e o combate à corrupção no Brasil enfraqueceu (ou melhor, foi enfraquecido) nesses últimos dois anos e meio, a expectativa é de que não haverá mais ambiente para “o novo” em 2022.

Mas a pergunta que fica sobre essa análise de Eduardo Cunha é: por acaso teve nova política no Brasil nos últimos anos? Qualquer pessoa de conhecimento mediano sabe que não. Pelo contrário, estamos vivendo o auge da velha política!

Os políticos que estão aí, sobretudo aqueles com poder de decisão, são exatamente os mesmos. As velhas raposas de sempre! As atitudes vistas atualmente são até piores do que antes, numa mistura de cinismo, corrupção, fanatismo, autoritarismo e um toma lá dá cá como nunca visto antes no país.

O que pode ter havido em 2018 foi uma eleição em que vários políticos ganharam prometendo ser a nova política, mas não executaram essa nova política em nenhum segundo desde que assumiram.

Podemos ter em 2022 tão somente a volta de algumas figuras que marcaram época na velha política e que terão a chance de voltar para se abraçar com seus companheiros que não foram alijados em 2018. Fora isso, não há novidade. A velha política enferrujada e arcaica nunca saiu de cena. Nem ela e nem a maioria dos seus membros.