Política

Bolsonaro critica e rebate nota do STF em encontro com apoiadores

Nas redes sociais, Bolsonaro afirmou que "cometem atos antidemocráticos exatamente os que querem, pelo uso da força, calar quem se manifesta"

29 de julho de 2021 às 15:27
4 min de leitura

O presidente Jair Bolsonaro criticou na manhã desta quinta-feira (29) uma nota divulgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na última quarta-feira (28), caracterizando-a como "fake news". O presidente voltou também a afirmar que suas decisões foram sim reprimidas.

"Vou rebater logo mais a nota do STF dizendo que não tirou poderes meus. Isso é fake news. Uma decisão, acho que é de março ou de abril, o Supremo decidiu que as medidas restritivas impostas por governadores e prefeitos não poderiam ser modificadas por mim. Então, o Supremo, na verdade, cometeu um crime ao dizer que prefeitos e governadores, de forma indiscriminada, poderiam simplesmente suprimir todo e qualquer direito previsto no inciso 5º da Constituição. Inclusive o ir e vir, mais que estado de sítio. Estado de sítio, se decretado, só entra em vigor depois que o Congresso aprova e, se tiver problema, eu respondo. Prefeito não responde por ter prendido mulher na praia, ter algemado pessoas em praça pública, por ter decretado toque de recolher, ou ter obrigado o cara a ficar em casa. O cara que não tinha nada, tinha um chuchu na geladeira. Não tinha o que comer porque uma parte considerável, quase 49 milhões de pessoas viviam da informalidade", afirmou o chefe do Executivo.

Confira a nota:


Bolsonaro alegou que "não adiantava tomar providência" porque, segundo ele, prefeitos e governadores tinham mais poder de decisão.

"Fecharam templos religiosos. Fizeram barbaridade. Acobertado, acobertado não, mas autorizado pelo STF. E veio o Supremo ontem no seu canal oficial falar de fake news. Eu não fechei um botequim no Brasil porque não adiantava tomar providência, porque prefeitos e governadores tinham mais poder do que eu. E o que alguns fizeram no passado não foi lutar para salvar vidas, não. Foi luta por poder. Tentaram nos derrubar pela economia", continuou.

O chefe do Executivo prometeu ainda divulgar um esclarecimento oficial sobre o assunto e se confundiu ao citar uma frase escrita na nota, no qual o STF destacou que "não proibiu o governo federal de agir na pandemia" e que "uma mentira contada mil vezes não vira verdade".

"Eu tenho uma nota agora, não vai ser para peitar o STF, até porque eu tô por cima. Eu não vou, eu tenho noção de judô. Eu vou demonstrar. Ele diz lá que uma mentira contada mil vezes torna-se uma verdade, isso é verdade. Eles tinham que aplicar para a esquerda. Nós vamos demonstrar tudo o que nós fizemos em meia dúzia de pequenos parágrafos para todo mundo entender, não só na questão financeira, tá. O total do gasto do endividamento de vocês foi mais de R$ 700 bi o ano passado, não só para Saúde, bem como rolagem de dívida de município, antecipação de receita, auxílio emergencial. Tudo foi feito nessa parte, nós usamos, inclusive, fora esse recurso, a FAB (Força Aérea Brasileira) para transportar material, oxigênio para Manaus. Chegou no dia seguinte. Não houve omissão da nossa parte, quem trata disso não somos nós. Nós tratamos do macro", justificou.

Nota Divulgada

Em redes sociais, o mandatário divulgou um texto em que rebate a nota do Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro citou programas do governo, defendeu o tratamento precoce, repetiu que teve poderes censurados na tomada de decisões sobre o coronavírus e apontou que, "em nenhum momento, o governo deixou de respeitar o sagrado direito à liberdade de expressão de todos" e que "cometem atos antidemocráticos exatamente os que querem, pelo uso da força, calar quem se manifesta".


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