Tony Trindade

A corrupção que se sobrepõe à dor

Tal prática de corrompimento no Brasil é um mal profundo de difícil solução.

22 de janeiro de 2021 às 10:03
2 min de leitura

Certamente você já ouviu muitas vezes por aí que a corrupção está na veia ou na alma do brasileiro. Certamente ouviu também que muitos dos que criticam determinados atos de corrupção fariam o mesmo se tivessem oportunidade igual.

Nesse aspecto, existe verdade e exagero. Nunca se pode generalizar! Contudo, fica cada vez mais claro que a corrupção no Brasil é um mal profundo e, infelizmente, de difícil solução.

Não falamos aqui apenas da corrupção de milhões, afinal, essa até tem chances de um dia, quem sabe, ser erradicada. Na realidade, falamos aqui da corrupção dos pequenos atos, na corrupção que muita gente acha que nem corrupção é.

Desde o início da vacinação contra a Covid-19 no Brasil, começaram a se noticiar casos de pessoas que furaram a fila da prioridade e receberam a vacina. Em alguns desses casos, prefeitos foram os furões, a exemplo do que aconteceu (até agora) em duas cidades do Piauí.

Quem protagoniza esse tipo de situação não apenas envergonha os que ainda carregam a seriedade e a moralidade como princípios, mas também provam que são seres humanos pequenos, inconsequentes, corruptos.

A corrupção com a dose da vacina pode até ser pequena se comparada à corrupção das grandes cifras, mas traz uma triste constatação: é a corrupção que se sobrepõe a dor, que atropela a compaixão, que desrespeita a espera do outro.

Quando nos deparamos com uma corrupção desse tipo, nos deparamos também o abismo que separa o Brasil da decência, da correção, da empatia e da moralidade.

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