Operação da PF cumpre mandados em endereços de Ricardo Salles
O STF determinou o afastamento preventivo de dez agentes públicos ocupantes de cargos e funções de confiança no Ibama.
A Polícia Federal faz uma operação na manhã desta quarta-feira (19) que tem entre seus alvos endereços do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. A investigação mira funcionários da administração pública acusados de facilitar a exportação ilegal de madeira.
As medidas foram determinadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. As apurações foram iniciadas em janeiro deste ano a partir de informações obtidas junto a autoridades estrangeiras que noticiaram desvio de conduta de servidores públicos brasileiros no processo de exportação.
Em abril deste ano, o chefe da PF no Amazonas, Alexandre Saraiva, encaminhou ao STF notícia-crime contra Ricardo Salles, por atrapalhar a investigação de madeireiros envolvidos na operação Handroanthus, que apreendeu 43.700 toras de madeira supostamente ilegal.
Nas 38 páginas do documento, Saraiva defende a legalidade da operação e pede pela investigação do ministro, citando diversas críticas públicas e ações de Salles contra a operação.
A Operação Akuanduba tem como objetivo apurar crimes contra a administração pública (corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e, especialmente, facilitação de contrabando) praticados por agentes públicos e empresários do ramo madeireiro. A pedido do Supremo Tribunal Federal, dez servidores públicos serão afastados de seus cargos.
Cerca de 160 policiais federais cumprem nesta quarta-feira 35 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e nos estados de São Paulo e Pará.
O ministro Alexandre de Moraes determinou ainda o afastamento preventivo de dez agentes públicos ocupantes de cargos e funções de confiança no Ibama e no Ministério do Meio Ambiente. Não se sabe ainda se Salles, que também tem endereço na capital paulista, está entre essas pessoas afastadas.