SERASA aponta que Brasil registra 66,1 milhões de inadimplentes
Apesar da crise econômica no país, o Piauí ocupa a última posição no ranking de inadimplentes.
O ano de 2022 está sendo marcado por dados negativos a respeito da economia. Em abril, o número de pessoas que estão com o nome “sujo” chegou a 66,1 milhões.
Os dados referentes aos inadimplentes do país foram divulgados por meio da série histórica do SERASA, que começou a ser registrada em 2016.
E o Piauí?
Já a respeito do nosso estado, a situação não é tão ruim. O Piauí encontra-se na 27° posição no mapa de inadimplentes na população adulta, registrando a porcentagem de 33,05%.
De acordo com o professor de economia da Universidade Federal do Piauí (UFPI) João Victor Souza, esse número é reflexo direto da crise vivenciada nos últimos anos, que não só reduziu o nível de renda e desemprego, mas também reduziu a qualidade do consumo brasileiro em função da inflação.
Dessa forma, o consumidor passou a ter um menor poder de compra, culminando na incapacidade de cumprir as suas obrigações financeiras.
Consequências
O número de inadimplentes não é negativo somente para o consumidor, mas também para toda a economia. O professor João Victor Souza explica que o alto nível de endividamento ocasiona uma menor tendência de consumo, que reduz o nível geral de demanda, e consequentemente faz com que empresários diminuam sua escala de produção a fim de evitar prejuízos.
“As causas do endividamento não partem somente das decisões individuais dos consumidores, mas de todo o contexto macroeconômico que prejudica o padrão de consumo” explica.
Como a inflação influencia?
A inflação tem sido ocasionada por fatores externos que tem sido absorvido pela política brasileira, como por exemplo, na política de paridade de preços internacionais da Petrobrás que alinha o custo do barril do petróleo no mercado internacional ao preço ofertado para as distribuidoras de postos de combustível no país.
A crise internacional afeta a economia brasileira de forma tão acentuada que reflete na instabilidade no preço dos alimentos e outros produtos essenciais.
Como evitar o nome sujo?
Ter o nome sujo é sinônimo de complicação. Mas ainda sim é possível evitar a inadimplência. O professor João Victor Souza recomenda que o consumidor priorize gastos mais importantes, como contas de água e luz. Além disso, evitar o consumo de bens não necessários no momento.
“Esses fatores podem melhorar a qualidade do consumo do cidadão nesse momento de crise” reitera.
Vai melhorar ou piorar?
De acordo com o professor de economia João Victor Souza, para melhorar a situação é necessário que haja uma grande política nacional de renegociação das dívidas.
“Com isso, o consumidor pode ter novamente o seu poder de compra. Ao elevar o padrão, consequentemente haverá maior estímulo das empresas para produzir e gerar empregos. Entretanto, na medida que essa política não ocorre, não podemos esperar que esse contexto mude em breve” finaliza.