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Redes sociais tiram transmissão ao vivo do presidente por disseminar informações falsas

Bolsonaro se baseou em matérias obsoletas e sem comprovação científica e para relacionar vacina contra covid-19 e AIDS.

25 de outubro de 2021 às 16:05
3 min de leitura

O Facebook tirou do ar uma transmissão ao vivo do presidente Jair Bolsonaro em que ele afirmou que existe relação entre as vacinas contra covid-19 e a AIDS (síndrome da imunodeficiência adquirida). A remoção do vídeo se estendeu à conta do presidente no Instagram, rede social que também pertence ao Facebook.

"Só vou dar a notícia, não vou comentar. Já falei sobre isso no passado, apanhei muito. Vamos lá: 'Relatórios oficiais do governo do Reino Unido sugerem que os totalmente vacinados […] estão desenvolvendo síndrome da imunodeficiência adquirida muito mais rápido do que o previsto'. Recomendo, leiam a matéria, não vou ler aqui porque posso ter problema com a minha live, não quero que caia a live aqui, quero dar informações", afirmou Bolsonaro durante a transmissão, sem citar a fonte da matéria.

O Comitê de HIV/Aids da Sociedade Brasileira de Infectologia rebateu as afirmações do presidente e declarou que “não se conhece nenhuma relação” entre qualquer vacina contra a covid-19 e o desenvolvimento de aids. “Repudiamos toda e qualquer notícia falsa que circule e faça menção a esta associação inexistente”, diz a nota.

Foto: Bolsonaro em live / Reprodução

Nesta segunda-feira (25), em entrevista a uma rádio, o presidente disse que leu sobre a pesquisa em reportagem da revista Exame publicada na semana passada. Porém, a reportagem a que Bolsonaro se refere foi, na verdade, publicada em outubro de 2020, quando as vacinas ainda estavam em desenvolvimento, com o título "Algumas vacinas contra a covid-19 podem aumentar o risco de HIV?".

Foto: capa da Exame publicada em outubro de 2020 / Getty Images

A matéria afirma que pesquisadores estavam preocupados que algumas vacinas que usam um adenovírus específico no combate ao vírus SARS-CoV-2 podem aumentar o risco de que pacientes sejam infectados com HIV. No entanto, o revista diz que, até aquele momento, "não se comprovou que alguma vacina contra a covid-19 reduza a imunidade a ponto de facilitar a infecção em caso de exposição ao vírus."

A notícia foi atualizada nesta segunda-feira e destaca que os cientistas se basearam em análises feitas em 2007 com um adenovírus específico usado na pesquisa de vacinas contra o HIV (vírus da imunodeficiência humana).

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