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Lucy pede quebra de sigilo do inquérito e fala que Firmino estava com depressão

Após três meses do falecimento do ex-prefeito Firmino Filho, esposa se pronuncia sobre o caso.

24 de junho de 2021 às 21:06
5 min de leitura

Em entrevista ao Cidade Verde, a esposa do ex-prefeito Firmino Filho, deputada Lucy Soares (PP), esclareceu dúvidas recorrentes a respeito dos últimos momentos do marido em vida. Ela confirmou nesta quinta-feira (24) que pediu a quebra do sigilo do inquérito que investiga a morte de Firmino.

A viúva contou que a decisão pelo sigilo das investigações partiu somente da polícia, e que não houve em nenhum momento o pedido da família para o sigilo. Segundo Lucy "foi uma decisão unilateral". A família acredita que não houve crime, e que Firmino cometeu suicídio.

De acordo com ela, a mudança de rotina do cônjuge ao sair da prefeitura, juntamente com a pandemia, havia transformado sua vida, refletindo em seu comportamento. Lucycontou que desde a campanha eleitoral Firmino estava tristonho e que não via mais vitalidade no marido.

"[...]Quando eu ligava pra ele na campanha, ele falava pra mim que já estava sem forças. Naquele momento eu não tinha entendido o que ele queria dizer, eu achei estranho porque ele era um guia para todos nós[...]"

No dia 6 de abril deste ano, Lucy afirmou que estava em casa quando uma amiga chegou e falou da morte de Firmino. Ela disse que no primeiro momento, achava que tinha sido um crime ou um infarto fulminante, já que o ex-prefeito era hipertenso.

A viúva confirmou que Firmino Filho sofria de depressão e que estava tomando medicamentos, mas também relatou que achava ser um problema passageiro. Durante a entrevista, Lucy fez um apelo para que as pessoas com depressão busquem ajuda dos profissionais de saúde. “É uma doença silenciosa, um tabu, há muito preconceito”.

De acordo com Lucy, Firmino não pediu ajuda com medo das pessoas usarem a informação contra ele, pois segundo ela, o marido era alvo constante de discursos de ódio.

Em postagem nas redes sociais, Lucy declara: "É preciso romper o silêncio para que a dor dê lugar à luta"

Problema estrutural

Dados da Organização Mundial de Saúde apontam que cerca de 200 mil piauienses sofrem de depressão. A doença atinge 6% da população e as mulheres têm quatro vezes riscos de adquiri-la, com bases em questões culturais e de natureza hormonal. A doença é considerada pelos psiquiatras como uma epidemia mundial e mesmo assim, poucas pessoas recebem o tratamento adequado. Em muitos casos, se ele é feito de forma correta consegue a cura do paciente.

A média brasileira é 5,6 mortes por suicídio a cada grupo de 100 mil habitantes, segundo estatísticas divulgadas pela Informação sobre Mortalidade (SIM). O Piauí apresenta quase o dobro desta taxa, atingindo uma média de 10 mortes, de acordo com o levantamento feito entre os anos de 2010 e 2017.

O psiquiatra Francisco Brito explica que o suicídio é o resultado de uma crise que está associada a algum transtorno mental como: de humor, depressão severa, alcoolismo, esquizofrenia, isolamento social, perdas recentes, dores crônicas, transtorno bipolar, dentre outros. O quadro se agrava quando o contexto da doença é pandêmico.

“Não devemos julgar a pessoa, mas sim tentar acolher o sofrimento dela, tentar entender o que ela está passando. Fazer uma escuta positiva sem questionamentos, porque este tipo de coisa faz a pessoa se sentir ainda mais culpada”, afirmou o psiquiatra.

Conversar sempre é a melhor solução

As pessoas que se sentem sozinhas têm à sua disposição pessoas preparadas para ouvir durante 24 horas do dia e da noite, através do número 188 do Centro de Valorização da Vida (CVV).

O centro oferece apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo de forma voluntária e gratuita todas as pessoas que queiram e precisem conversar. A conversa acontece sob sigilo total tanto pelo telefone, no número 188, e-mail e chat todos os dias durante 24 horas por este site.

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