Exército Brasileiro deixa pipeiros sem pagamento no semiárido piauiense

Donos de caminhões-pipa denunciam atraso superior a 90 dias.

08 de maio de 2021 às 12:05

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Donos de caminhões-pipa que trabalham na Operação Pipa denunciam que não receberam o pagamento referente ao mês de janeiro. A operação é coordenada no Piauí pelo 25º Batalhão de Caçadores do Exército. Segundo os pipeiros, como são conhecidos donos e motoristas dos caminhões-pipa, a prestação de contas do mês trabalhado de janeiro foi feita, mas o pagamento nunca aconteceu. O atraso já passou de 90 dias.

Raimundo Oliveira Dias relata atraso de pagamento do Exército (Foto: Arquivo Pessoal)

No município de Dom Inocêncio, a 615 km de Teresina, são pelo menos 26 pipeiros que relatam o atraso no pagamento. Um deles é Raimundo Oliveira Dias, que tem um caminhão cadastrado na Operação Pipa do Exército Brasileiro. Ele afirma que a falta de pagamento já está fazendo com que sua família enfrente dificuldades.

“Nós estamos aqui no município de Dom Inocêncio sem receber o mês de janeiro. Não só aqui, mas na microrregião de São Raimundo Nonato tem muitos sem receber o mês de janeiro. Eu faço um apelo que eles paguem a gente. A gente trabalha porque precisa. Quando nós recebemos esse dinheiro do Exército dá mal para pagar os postos de combustíveis, borracharias e casas de peças, fora os alimentos que a gente tem que trazer pra nossa família. A gente precisa trabalhar, mas precisa receber também”, desabafou.

De acordo com Raimundo Oliveira, os pipeiros do município de Dom Inocêncio trabalharam todo o mês de janeiro para garantir o abastecimento da população que sofre com os efeitos da seca. Nos meses de fevereiro e março a Operação Pipa foi suspensa temporariamente e retornou em abril. Ele conta que a prestação de contas do mês trabalhado de abril ainda não aconteceu, mas à referente a janeiro já está com mais de 90 dias feita.

O que diz o Exército Brasileiro

A reportagem do Lupa1 procurou nesta sexta-feira (7) o 25º Batalhão de Caçadores do Exército, em Teresina, responsável por coordenar a Operação Pipa no Piauí. O setor de relações públicas da instituição prometeu enviar uma nota se posicionando sobre o atraso relatado pelos pipeiros.

Porém, em um segundo contato com a reportagem no final do dia, a assessoria informou que a nota estava pronta, mas sua disponibilização dependia do aval do Comando Militar da 7ª Região, sediado em Recife, e que não havia prazo para essa autorização.

Até a publicação da matéria, nenhum outro retorno foi dado.