Tony Trindade

O dilema oposição

Parlamentares de Teresina afirmam que estão dando uma trégua para o prefeito, pois não há o que se criticar.

23 de janeiro de 2021 às 10:01
2 min de leitura

O que temos visto na Câmara Municipal de Teresina nesse começo de legislatura é algo que chega a ser bizarro. Quando questionados se são de oposição, os parlamentares eleitos no grupo contrário ao prefeito Dr. Pessoa (MDB) fazem mil voltas e evitam de todo modo afirmar que sim, que são oposição.

Alguns dizem que não tem como ser oposição num começo de gestão e que é preciso esperar o andar da nova administração municipal para darem uma posição a esse respeito. Usam inclusive o argumento de que nos primeiros dias de um novo governo não há o que se criticar ou mesmo “bater”.

Dizem também que é preciso dar um tempo para o novo gestor tentar colocar suas ideias em prática. Ora bolas! Estar na oposição ou se declarar como oposição não tem nada a ver com apenas criticar, com bater ou com dar tempo ao novo gestor.

Ser de oposição é se afirmar como alguém que estará do lado oposto ao gestor, ainda que não haja nada para criticá-lo nesse primeiro momento (e olha que já há). Se a política ainda fosse como em outros tempos, a oposição era definida no dia do resultado da eleição e não “com o desenrolar da gestão”, como alguns tentem pregar.

Quem define a existência de uma oposição não é o desempenho da situação. Muito pelo contrário. Ainda que uma gestão beire os 100% de aprovação, deve-se existir oposição.

Se um governo, por ventura, fosse perfeito, caberia a oposição ficar quieta, botar o rabinho entre as pernas, mas não deixar de ser oposição. Se os senhores vereadores de Teresina não querem ou não têm coragem de ser oposição digam, mas não venham com lorota.

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