Em defesa da pouca vergonha
Deputado quer liberação do nepotismo no setor público.
O deputado federal e líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (Progressistas-PR), defende que o nepotismo deixe de ser proibido e consequentemente seja liberado no setor público no Brasil.
A prática de gestores empregarem parentes em cargos na administração pública é proibida atualmente, embora ainda seja recorrente. Porém, Ricardo Barros avalia que o importante é o sujeito ter competência para desempenhar a função, não importando se ele foi colocado por um gestor da sua família.
A avaliação do deputado é que uma pessoa não pode ser “penalizada” por ser parente de alguém. A ideia de Barros divide opiniões no Congresso, mas tem tido boa receptividade por uma parcela do Centrão, grupo do qual faz parte o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira, do mesmo partido de Ricardo Barros.
Muitos podem até concordar com o parlamentar paranaense, mas a ideia de permitir a prática de nepotismo no Brasil afronta a moralidade.
O nepotismo já foi proibido justamente por conta de gestores corruptos e inconsequentes que confundem a administração pública com família. Se por ventura essa aberração vier a prosperar, será uma clara demonstração de que o Congresso Nacional preza mais pela imoralidade do que pela decência na política.
Se os efeitos nocivos do nepotismo continuam a existir mesmo com a sua proibição, já que muitos descumprem a lei, imagine se abrirem a porteira para essa excrescência. Deputado Ricardo Barros, sua ideia é uma vergonha! E quem a apoia, também.