Decisão de Fachin chacoalha a política brasileira

Com os direitos políticos de volta, Lula pode iniciar uma pré-campanha visando as eleições de 2022.

09 de março de 2021 às 09:56

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Não se fala em outra coisa no Brasil desde a tarde de ontem (08). A decisão do ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), de anular todas as condenações do ex-presidente Lula (PT) na Lava Jato causa, pelo menos por enquanto, uma reviravolta na política nacional.

Ex-presidente Lula
Agência Brasil

Com os direitos políticos de volta, Lula pode iniciar uma pré-campanha visando as eleições de 2022. A decisão vem justamente um dia após a divulgação, pelo jornal O Estado de S. Paulo, de uma pesquisa em que o petista aparece como único nome à frente do atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em termos de potencial de votos.

Além disso, vem num momento em que Bolsonaro enfrenta sérias dificuldades na condução do enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. As reações à decisão de Fachin percorrem os extremos. Desde petistas comemorando loucamente a bolsonaristas inflamados endurecendo críticas e até ataques à Suprema Corte.

Ainda é cedo para se fazer projeções sobre como essa decisão pode afetar o jogo político para 2022, mas é certo que ela afeta. Vale lembrar que Lula não está totalmente livre, já que a instrução processual nos casos em que as sentenças foram anuladas vai ser analisada pela Justiça Federal do Distrito Federal.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) promete recorrer da decisão. Se entender que não houve ilegalidades na condução dos processos contra o petista, o novo magistrado pode condenar Lula de novo e, assim, torná-lo inelegível novamente.

Independentemente do que vier a acontecer, a decisão de Fachin já está na história e abre caminho para mais uma chacoalhada na política brasileira. Até que haja novas decisões sobre os processos envolvendo Lula, muitas águas vão rolar e o petista pode aproveitar muito bem o caminho dessas águas. Aguardemos os próximos capítulos.