Prisão na agitada CPI da Pandemia
Senador Omar Aziz deu voz de prisão ao ex-diretor de logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias.
A CPI da Pandemia, no Senado Federal, atingiu nesta quarta-feira (7) o seu momento mais impactante. Pelo menos até aqui. Durante o depoimento de Roberto Dias, ex-diretor de logística do Ministério da Saúde, o presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), deu voz de prisão ao depoente.
Dias é suspeito de pedir propina a atravessadores na compra de vacinas contra a covid-19 e viu sua situação ficar muito complicada com a divulgação de áudios que o comprometem.
As gravações contrariaram o que ele vinha dizendo na CPI e por isso teve a prisão decretada. Ao justificar a medida, o senador Omar Aziz disse que o depoente mentiu reiteradamente e cometeu perjúrio, ou seja, violou o juramento de falar de verdade na comissão.
A prisão de Roberto Dias faz aumentar o clima de tensão política no Brasil, sacodido nas últimas semanas com os trabalhos da CPI da Pandemia.
A expectativa é que a situação fique ainda mais tensa após esse episódio e também pelo avanço das discussões eleitorais neste ano em que a pré-campanha para 2022 já está a todo vapor.
Governistas e oposicionistas tendem a se engalfinhar ainda mais, o que não contribui em nada para a pacificação de um país dividido pela polarização política. Essa realidade, porém, não pode fazer com que a CPI recue na sua missão de investigar.
O clima é tenso, mas nem por isso deve haver omissão. Se o ônus da investigação for o aumento da tensão, teremos que suportá-lo.