O MDB está com medo
Deputados do partido esperneiam para o governador temendo derrota em 2022.
Quem viu a repercussão da reunião do MDB do Piauí na última segunda-feira (3) percebeu uma choradeira de políticos emedebistas por mais atenção do governador Wellington Dias (PT). Alguns deputados estaduais do partido são os que mais choram e exigem que o governador “se interesse mais” pelo MDB.
Na verdade, toda essa zoada tem um motivo: medo. Com o fim das coligações proporcionais, muitos partidos estão temerosos de não conseguirem manter suas atuais bancadas na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal. Mas o MDB não está apenas temeroso, está assombrado!
O partido tem atualmente seis deputados estaduais na Assembleia Legislativa do Piauí, alguns deles eleitos graças às coligações que ainda eram permitidas em 2018. Com a regra atual, as projeções mostram que, no máximo, o MDB consegue reeleger quatro dos atuais seis deputados.
Diferente do PT, que se organizou para formar uma chapa competitiva que garanta a manutenção (ou talvez até ampliação) de sua bancada, o MDB se acomodou com os seus nomes tradicionais. Agora, assombrados com a possibilidade de serem comidos pela porca em 2022, a maioria dos deputados do partido manda recados e indiretas para o Palácio de Karnak.
Cobram ajuda do governador, cujo partido já está com sua chapa toda montadinha. O MDB sempre se intitulou como o maior partido do Piauí, mas quase sempre garantia esse tamanho pegando carona nos votos de outras agremiações partidárias. Agora, quando se vê dependente das próprias forças, faz beicinho e chora pedindo ajuda.
As queixas de alguns emedebistas causam espécie. Nem mesmo os candidatos a vereador, usados como cobaias da nova regra eleitoral em 2020, fizeram tanto calundu quanto alguns deputados estaduais do MDB do Piauí.