Não há mais porque disfarçar
Depois da benção pública de Lula, Rafael Fonteles não precisa mais “esconder” que é pré-candidato.
O secretário de Fazenda do Piauí, Rafael Fonteles (PT), tem se mostrado extremamente cauteloso sempre que é questionado sobre sua pré-candidatura ao governo estadual. Ele evita, do jeito que pode, falar sobre eleições e tenta ao máximo fugir de perguntas que giram em torno do seu nome na disputa pelo Palácio de Karnak no ano que vem.
Rafael, Lula e Wellington Dias (Foto: Reprodução/Instagram/RafaelFonteles)
Se ele é cauteloso no discurso, não podemos dizer o mesmo sobre as ações. Na prática, Rafael já está em uma pré-campanha robusta, viajando como se tivesse em época eleitoral e mostrando disposição. Um comportamento visível para qualquer mortal, principalmente se considerarmos que ele era um secretário exclusivamente de gabinete.
No entanto, Rafael já pode deixar de ser tão comedido no discurso. Na semana passada, quando o ex-presidente Lula (PT) esteve em Teresina, chamou o pré-candidato piauiense de “nosso futuro governador”. Como todos viram, o vídeo em que Lula disse isso foi gravado com o governador Wellington Dias do lado. Ou seja, Rafael, que já tinha o empenho de Wellington, também passou a ter a benção pública de Lula, o líder maior dos petistas.
Diante disso, não faz mais sentido Rafael Fonteles tentar disfarçar algo que é tão visível. Aliás, tentar ‘não dizer’ que é pré-candidato diante de toda a sua movimentação política e de uma manifestação pública de Lula se tornará, daqui em diante, ruim pra ele mesmo.
É óbvio que, por ocupar cargo público e ter a máquina estadual a seu favor, ele precisa ter cuidado com o que fala para evitar problemas com a Justiça Eleitoral, mas também não precisa chegar ao ponto de tentar disfarçar algo que até os desinformados sabem.
Conforme a legislação eleitoral do Brasil, um pré-candidato pode se apresentar e agir como tal. Se Rafael já é pré-candidato nas ações, tem o esforço de Wellington Dias a seu favor e até manifestação pública de Lula, não há porque tentar disfarçar no discurso. Todo mundo já sabe, todo mundo vê e todo mundo diz. Ele não precisa mais evitar falar.
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