Enfim, cassação encaminhada
Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprova cassação da deputada federal Flordelis (PSD-RJ).
Prestes a completar dois anos do assassinato do pastor Anderson do Carmo, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou ontem (08), por 16 votos a 1, relatório favorável à cassação da deputada federal Flordelis (PSD-RJ).
A parlamentar do Rio de Janeiro é acusada pela polícia e pelo Ministério Público de ser a mandante do assassinato de Anderson, que era seu marido, em 16 de junho de 2019. Daqui a uma semana o crime completará dois anos.
Flordelis é ré na Justiça e responde por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada. Apesar de todas as evidências, ela não pode ir para a cadeia por causa da imunidade parlamentar e tem sido monitorada por tornozeleira eletrônica desde 2020. Com a cassação do mandato, essa situação pode mudar.
O que chama atenção é que mesmo em meio às investigações, às provas levantadas pela polícia e as muitas contradições nos depoimentos de Flordelis, somente agora, dois anos depois, o Conselho de Ética toma uma decisão. Essa lentidão é vergonhosa em um país já marcado pela impunidade!
Na reunião de ontem no Conselho de Ética, o único a votar contra a cassação da parlamentar foi o deputado Márcio Labre (PSL-RJ). A aprovação do relatório ainda não é a cassação propriamente dita. Com esse passo dado pelo Conselho de Ética, o caso agora vai para votação no plenário da Câmara. Para que o relatório seja aprovado em plenário e a cassação seja sacramentada, são necessários 257 votos, ou seja, metade da Câmara mais um.
O que a sociedade espera é que Flordelis perca o mandato e possa responder às acusações sem os privilégios conferidos pela famigerada imunidade parlamentar.
É repugnante que uma ré na Justiça por homicídio triplamente qualificado e com tornozeleira eletrônica na perna exerça normalmente um mandato de deputada federal no Brasil. Essa vergonha precisa acabar ou então nós nunca seremos respeitados.