A suspeita dos laudos arranjados
Em cidades pequenas do interior, há indícios de que médicos tenham dado laudos supostamente ilegais para que pessoas pudessem se vacinar.
Desde quando se iniciou a vacinação de pessoas com comorbidades contra a covid-19, muito se escuta sobre suspeitas de emissão de laudos falsos. De repente, muitas pessoas que aparentemente não têm nenhum tipo de doença ou necessidade especial apareceram tomando a vacina. Até mesmo jovens que postam em festas e farras aos fins de semana foram vacinados alegando que têm essa ou aquela comorbidade.
Em algumas cidades pequenas do interior, há suspeitas de que médicos tenham dado laudos supostamente ilegais para que pessoas sem comorbidades pudessem receber a vacina.
É importante ressaltar que nem toda comorbidade é visível e não impede a pessoa de ter uma vida normal como qualquer outra. Porém, é prudente que os outros de controle e as entidades de classe, como o CRM, fiquem de olho nesse tipo de situação.
Em muitos lugares distantes e isolados, o compadrio e os conchavos existem nas próprias prefeituras municipais, o que favorece o surgimento dos “fura-filas legalizados”. Parte das suspeitas pode ser infundada, mas se considerarmos o país em que vivemos é preciso ficar de olho aberto para esse tipo de desconfiança.
A pandemia da covid-19 tem nos mostrado que nem mesmo no momento mais doloroso dos últimos 100 anos a roubalheira e o mau-caratismo cessaram. Pelo contrário, foi justamente nessa impiedosa crise sanitária que vimos esquemas horrorosos de corrupção com dinheiro da pandemia e muita gente trapaceira furando a fila da vacinação.
Diante de tudo o que temos visto, não podemos deixar de considerar as suspeitas de laudos “arranjados” no jeitinho brasileiro em muitos lugares desse sofrido Piauí.
Nas cidades pequenas, onde a politicagem barata é grande e o puxa-saquismo político é ainda maior, existe ainda mais motivos para desconfiar. Se perguntar não custa nada, duvidar também não.
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