Direto ao Ponto

Atenção com compras a prazo e com as dívidas: A Selic esquentou

​​O Brasil tem a maior taxa de juros do mundo.

08 de agosto de 2022 às 12:22
3 min de leitura

O Banco Central elevou novamente a Selic, taxa básica de juros, para 13,75%, considerada a maior dos últimos anos e representando um esforço para segurar a inflação, que já está muito acima da meta fixada para 2022. Os economistas, de maneira geral, consideram a elevação dos juros uma arma poderosa contra o aumento dos preços, mesmo considerando que há diversos outros fatores – inclusive psicológicos – que estão no jogo.

A elevação dos juros “segura” o consumo, tendendo a inibir o crescimento dos preços.

Banco Central do BrasilMarcello Casal Jr / Agência Brasil

O remédio já está com grande dosagem

A Selic está para a economia como o feijão está para a feijoada. Para apurarmos o custo da feijoada, há vários elementos a serem considerados além do preço do feijão: tempero, carne, etc. Do mesmo jeito, a Selic é fundamental para compras a prazo e para o financiamento de maneira geral.

O Brasil já é campeão absoluto de juros no mundo: Com a Selic próxima dos 14% e inflação anual a 6%, os juros reais chegam a 8%. O México é vice-campeão mundial neste campeonato. Suas taxas, no entanto, não alcançam a metade das taxas brasileiras.

É um escândalo!

De que maneira isto nos atinge?

Dinheiro, InflaçãoMarcello Casal Jr / Agência Brasil

Há, pelo menos, três formas deste bombardeio nos atingir: A primeira é nas compras a crédito e nos financiamentos.

O crescimento dos juros aumenta os custos e, logo, as prestações de todos os financiamentos. Assim, não é o momento de financiarmos nada, pois estaremos pagando os maiores juros do mundo.

Trata-se de uma penalidade disfarçada, não temos os recursos para comprar bem, mas se o queremos, então, pagaremos juros. Conselho: Postergue compras a crédito e financiamentos, espere melhores ventos e faça o possível para liquidar suas dívidas.

DinheiroJosé Cruz / Agência Brasil

A segunda consequência é que a nossa dívida, assim como o país, tem um custo aumentado. A Selic é o juro que o país paga a seus credores.

A terceira consequência atinge somente àqueles que têm poupança e conseguem investir. Através do tesouro direto, por exemplo, o país está remunerando muito bem a quem consegue investir.

Taxas reais de 8% a.a. são maravilhosas em qualquer lugar do mundo.

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