A China está se movendo
A pandemia de Covid-19 parece servir de pretexto para mudanças profundas.
Devido ao agravamento da Covid-19 em certas áreas da China, observadores relatam que o país está realizando vários lockdowns seguidos. Tais ações tenderiam a frear o crescimento chinês, o que evidentemente impacta a economia mundial.
Isso, no entanto, é verdade somente em parte. O crescimento, apesar de forte, não é igual aos anos dourados anteriores.
Os sucessivos lockdowns provocaram uma debandada de capitais e pessoal estrangeiro. Em sua esmagadora maioria, as empresas que saíram estavam voltadas para a produção industrial de baixo custo para a exportação, estas retratavam um período importante para a economia chinesa, onde empregar uma volumosa mão de obra com pouca qualificação era essencial.
A China era a fábrica do mundo.
Novos rumos estão sendo preparados
Vozes influentes na política chinesa, no entanto, começaram a propor novos rumos. A nova aposta seria uma economia de alta tecnologia, com forte presença do consumidor doméstico (os novos urbanos) e predominância do setor de serviços.
Desta forma, o rigor com a pandemia seria, de fato, um pretexto para uma vigorosa guinada no “estilo chinês de desenvolvimento”, movido por uma população crescentemente urbana e ávida por novos bens e serviços .
Tais alterações terão enorme impacto sobre a economia brasileira. É bom não esquecer que a China é nosso principal parceiro comercial. Espirrou lá, contamina aqui.