Antônio Bispo dos Santos, mais conhecido como Nêgo Bispo, morreu nesse domingo (3), em São João do Piauí, aos 63 anos. O escritor passou mal na comunidade quilombola Saco Costume e foi encaminhado para um hospital, mas acabou não resistindo. A causa da morte não foi divulgada.
Nêgo Bispo, foi um importante pensador, professor e ativista social. Escreveu livros, poemas e artigos com reflexões sobre a luta do povo negro quilombola e propôs o conceito de “contra-colonialismo”, que fala sobre a relação de resistencia dos colonizados.
Atuou na Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais e Quilombolas (CONAQ), exercendo uma forte liderança e militância política em defesa dos territórios e das vidas dos povos tradicionais.
Em nota, o Conaq lamentou a morte do pensador e disse que Bispo era “uma voz singular e significativa no âmbito da literatura e do pensamento quilombola”.
“Morador do Quilombo Saco-Curtume, em São João do Piauí, Nego Bispo usou seu saber ancestral para escrever artigos, poemas e livros que ficam como um importante legado para todos nós. Meus sentimentos à família e aos amigos, e que Deus o receba em seu descanso eterno”, escreveu o governador.
O presidente da Assembleia Legislativa do Piauí (ALEPI), Franzé Silva, também falou sobre o legado e contribuição do ativista e manifestou seus sentimentos à família.
Diversas lideranças e políticos também se manifestaram sobre a morte de Nêgo Bispo. A ministra da Igualdade racial, Anielle Franco, destacou o legado deixado pelo pensador e se solidarizou com a família.
“Eu vou falar de nós ganhando, por que pra falar de nós perdendo eles já falam” Um dos maiores pensadores da nossa época ancestralizou. Nego Bispo fez a passagem e deixou aqui um legado enorme para o pensamento negro brasileiro. Um abraço a toda sua família e amigos", escreveu a ministra.