Escritor Marcelino Freire recebe título de Cidadão Piauiense nesta quinta-feira

Idealizador da Balada Literária, Marcelino é um dos mais importantes escritores da literatura brasileira contemporânea, com vários livros publicados.

O escritor pernambucano e idealizador da Balada Literária, Marcelino Freire, recebe nesta quinta-feira (07) o título de “Cidadão Piauiense”, em reconhecimento aos serviços prestados à cultura do estado. A indicação foi feita pelo deputado Francisco Limma, a solenidade ocorre no Plenarinho da Assembleia Legislativa do Estado do Piauí (Alepi), às 10h.

 

Marcelino Freire- Foto: Divulgação

Marcelino promove há sete anos a Balada Literária no Piauí, sob curadoria do escritor e professor Wellington Soares. Radicado na cidade de São Paulo, o escritor é um grande divulgador e incentivador das manifestações culturais do Piauí no sudeste do Brasil. Desde 2012, convida escritores e artistas piauienses a participarem da Balada Literária em várias partes do país. 

Teresina foi a primeira, dentre as 15 capitais que o escritor percorreu com o Projeto Quebras, financiado pelo Itaú Cultural em 2015, mapeando escritores à margem da produção editorial; em 2017, homenageou Torquato Neto, poeta piauiense, na 12ª edição da Balada Literária de São Paulo, Teresina e Salvador.

Convite

Marcelino conta que sua relação com o Piauí, desde o começo, foi um “abraço fértil”. Aqui encontrou palavras que o faltavam e as carregou consigo, fez amizades sólidas que geraram bonitos projetos, como a edição piauiense da Balada Literária e pôde estreitar a distância geográfica.

 “Piauí é estreitamento e calor humano, muita arte, muito pensamento gerador. Terra de Torquato, Nêgo Bispo, Emerson Boy, Élio Ferreira, Benício Bem, Nayara Fernandes, Wellington Soares, Patrícia Mellodi, Thiago E, Demetrios Galvão, Teófilo Lima... Terra de poesia, de acrobatas e revestrés. Terra que abraça a minha terra. Terra que me ajudou a ser mais cidadão. A ser mais teimoso. A ser mais poeta”, afirma o escritor.

Biografia

Nascido em Sertânia (1967), no estado de Pernambuco, Marcelino Juvêncio Freire muda-se com a família para Paulo Afonso, Bahia, em 1969. Lá permanece por seis anos, até voltar para Pernambuco e radicar-se na capital, Recife, onde começa a fazer teatro. Em 1981, escreve os primeiros textos do gênero e participa, juntamente com artistas plásticos e escritores - Adrienne Myrtes, Denis Maerlant, Jobalo, Pedro Paulo Rodrigues e Regi Soares, do grupo POETAS HUMANOS, fundamental para sua formação artística. Ao longo da década de 1980, trabalha como bancário e inicia o curso de Letras na Universidade Católica de Pernambuco, sem concluí-lo. Em 1989, frequenta a oficina literária do escritor Raimundo Carrero e, dois anos depois, é premiado pelo governo do Estado de Pernambuco. Decide mudar-se para a cidade de São Paulo em 1991 e publica, de forma independente, seus dois primeiros livros: AcRústico, de 1995 e EraOdito, de 1998. Em 2000, publica o livro de contos Angu de Sangue.

Em 2002, Marcelino idealizou e editou a Coleção 5 Minutinhos, inaugurando com ela o selo eraOdito editOra. É um dos editores da PS:SP, revista de prosa lançada em maio de 2003, e um dos contistas em destaque nas antologias Geração 90 (2001) e Os Transgressores (2003), publicadas pela Boitempo Editorial.

Escreveu Contos Negreiros (Editora Record, 2005), com o qual foi vencedor do Prêmio Jabuti, livro também publicado na Argentina e no México. Em 2013 lançou, pela Editora Record, o romance Nossos Ossos (Prêmio Machado de Assis), também publicado em Portugal, na Argentina e na França. É o criador e curador da Balada Literária, evento que reúne, desde 2006, escritores nacionais e internacionais pelo bairro da Vila Madalena, em São Paulo. Em 2018, lançou o livro Bagageiro, reunindo o que ele chama de “ensaios de ficção” (Editora José Olympio). Em 2021, saiu pela José Olympio a Seleta com seus contos preferidos.

Destaca-se como um dos mais importantes escritores da literatura brasileira contemporânea, com livros adaptados para o teatro, recebendo premiações consagradas como o Prêmio Jabuti de Literatura (2006) e o Prêmio Machado de Assis (2014).