A “Mulher da Bota” quebra o silêncio: novo depoimento revela bastidores da agressão a Erlan Oliveira

Depoimento de Vitória Maria revela detalhes da agressão a Erlan no Bar do Virote, confirma presença de Laiza e diz que ela tentou ajudar, não agredir.

Petrolina (PE) — Em um depoimento revelador à 25ª Delegacia de Homicídios de Petrolina, Vitória Maria de Carvalho, conhecida nas redes como “a mulher da bota”, detalhou os momentos que antecederam e sucederam a brutal agressão ao empresário piauiense Erlan Oliveira, ao amanhecer de 20 de junho. 

A Mulher da Bota, até então ninguém sabia identificar mas a polícia achou.

O caso, que comoveu o país e gerou forte repercussão, ganha novos contornos com a fala da testemunha.

“Tudo foi muito rápido. Em questão de segundos”

Vitória relatou que estava no São João de Petrolina, durante o show de Wesley Safadão, quando se perdeu do grupo de familiares e passou a acompanhar uma conhecida de festas, Laiza Guimarães, maquiadora bastante popular em Petrolina. 
Laiza Guimarães é bastante popular e tem até mais de 800 mil seguidores nas redes sociais. A mesma desativou sua conta.

O grupo, segundo ela, formado por cerca de 8 pessoas, deixou o evento e seguiu para o Bar do Virote a bordo de uma SW4 pertencente a Júnior D-20, figura conhecida na região.

Ao chegarem no local, a cena era de caos em construção. Já havia outra SW4 com som automotivo ligado, clima de tensão e, em pouco tempo, gritaria. 

Foi o estopim.

Socos, chutes e gritos por socorro

Vitória afirma que o homem, depois identificado como Erlan, foi retirado à força do carro, e que Laiza teria tentado dialogar com ele, ainda sem saber quem o havia agredido. 

Na sequência, um grupo de homens passou a espancar a vítima com socos e chutes, enquanto algumas mulheres, incluindo a depoente, gritavam para que parassem.


A bota quebrada em meio a confusão.

Ela garante que Laiza não participou das agressões. Pelo contrário: teria ficado “desesperada ao ver o sangue” e tentado ajudar, assim como outras duas mulheres, que chegaram a carregar Erlan no colo em tentativa de socorro.

A vítima, segundo o relato, já apresentava sinais de lesão ao chegar no local, com o rosto ensanguentado e inchado. Isso levanta a hipótese de que Erlan pode ter sofrido agressões ainda antes de entrar no bar.

A figura de Laiza e o papel da testemunha

Vitória afirma que conhecia apenas Laiza, não sendo amiga dos demais envolvidos. E reforça: não praticou nenhuma agressão. Disse ainda que Laiza estava “em choque” e que tentou intervir. 

Ela não bateu. Só queria entender o que estava acontecendo.

Apesar disso, a participação de Laiza no grupo envolvido, o fato de estar dirigindo o carro de Júnior D-20 e seu papel nos momentos imediatamente antes da agressão ainda seguem sob apuração da Polícia Civil.

O Ponto de Ruptura

O depoimento de Vitória Maria, a chamada “mulher da bota”, traz pontos que precisam ser analisados com rigor técnico. Embora negue participação nas agressões, há um vídeo já em circulação que mostra sua presença ativa no momento da confusão, inclusive com a bota quebrada e gestos bruscos em direção ao rosto de Erlan.

A contradição entre o que foi dito em depoimento e o que aparece nas imagens exige atenção redobrada da polícia. O inquérito segue em curso e, até aqui, tem mostrado profissionalismo nas apurações.

O que se espera agora é que a investigação vá além das versões individuais e traga à tona toda a cadeia de responsabilidade dos primeiros golpes até o último silêncio. A sociedade não pede pressa, mas clareza, coragem e verdade.