Embora as datas comemorativas de final de ano sejam retratadas como uma fase alegre e festiva, algumas pessoas podem experimentar sentimentos de melancolia, demonstrando-se mais introspectivas, desanimadas ou ansiosas.
Apesar dos motivos serem totalmente individuais, existem algumas razões mais comuns para a ocorrência desse fenômeno. Uma delas sugere que a época natalina, em que tudo é luz e repleto de bons sentimentos, cria uma espécie pressão e angústia para quem, por diversos motivos, não consegue se adaptar ao período.
As comemorações natalinas também são comumente retratadas como sinônimo de família, de união e aproximação das pessoas. Para aqueles que não possuem a oportunidade de passar o natal em família - seja por desavenças familiares, distanciamento físico, algum processo de luto, recordações dolorosas de eventos passados, ou outra procedência - essa data pode se tornar um fator desencadeante para o surgimento de estresse, frustração, tristeza, ou estimular o agravamento de sintomas em pessoas que já sofrem de algum transtorno mental como a depressão ou um quadro de ansiedade.
É natural que muitos de nós nos sintamos pressionados por anúncios e propagandas a ter o 'Natal perfeito' em termos de socialização com família, amigos, comemorações luxuosas, comidas e presentes. No entanto, é importante lembrar-se de que cuidar de si é o que, de fato, mais importa nesse momento. Embora a atmosfera seja de alegria, não há nada de errado em aceitar suas emoções negativas, fazer uma pausa e trabalhar na ressignificação de suas vivências. Você pode aproveitar para tirar um tempo para si mesmo, tomar um banho relaxante, ler um livro, ouvir seu podcast favorito ou pensar em outras formas criativas de passar por isso sem prender-se ao que não está sob seu controle.
Sendo também a véspera de ano novo uma época em que geralmente paramos para reavaliar o que aconteceu ao longo de doze meses, através de retrospectivas gerais e pessoais, são esperados momentos de reflexão sobre conquistas e realização de metas. Para alguns, isso pode fortalecer a atitude de repreender-se pelas coisas que não aconteceram como ‘’deveriam ser’’. Listar novos planos para o ano que se inicia também pode acarretar em uma desenfreada autocobrança e medo de não cumprir com as expectativas.
Nessa situação, é útil encarar frustrações como motor de transformação, e não como motivação para estagnação e/ou ruminações mentais. O único modo de haver progresso é partindo para ação – e isso pode incluir a busca por ajuda psicológica para reorganizar-se, se necessário.